As organizações coletivistas de trabalho se baseiam em formas diferenciadas de organização da produção, nas quais a coordenação das atividades produtivas é exercida pelos trabalhadores e o sentido constituinte das relações de produção deixa de ser a lógica de acumulação simples e ampliada, típica do modo de produção capitalista. A pesquisa que resultou neste trabalho constituiu-se em um estudo de três casos de organizações coletivistas e procurou analisar de que forma a ação empreendida pelos componentes destas organizações se relaciona com os princípios econômicos e político-sociais da autogestão na unidade produtiva. Para a consecução da pesquisa consideraram-se as relações dialéticas de mútua constituição que se estabelecem entre a ação organizacional e os princípios; entre as normas, regras e estruturas e a iniciativa autônoma; entre as condições históricas dadas que conformam o contexto no qual a organização está inserida e a ação coletiva.
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O Sensegiving no Processo de Elaboração de Sentido da Estratégia em Pequenas Empresas Caracterizadas como Organizações Híbridas
Por meio da perspectiva da estratégia como prática busca-se compreender o processo de sensegiving na elaboração de sentido da estratégia em pequenas empresas, caracterizadas como organizações híbridas, compreendidas a partir de negócios sociais. Parte-se da ideia de que as tensões inerentes a esses tipos de organizações exigem esforços de sensegiving em suas narrativas para que a estratégia seja compartilhada. A fim de compreender o sensegiving no processo de elaboração de sentido da estratégia em organizações híbridas, este trabalho adota a perspectiva da estratégia como prática e constrói seu argumento em duas partes. Apresenta-se a estratégia como prática e o strategizing, focando no processo de sensegiving e nas narrativas organizacionais. Posteriormente, traz-se a lógica institucional que dá suporte para compreender as organizações híbridas. Nesse contexto, optou-se por análise e coleta de evidências empíricas por meio de entrevistas narrativas e documentos secundários. O campo de pesquisa escolhido foi o de negócio social, por ser considerado um tipo ideal de organização híbrida. Foram estudadas duas organizações de pequeno porte, aqui nomeadas como Alfa e Beta. Evidenciou-se que a complexidade organizacional dos negócios sociais se dá pela tensão entre duas lógicas que parecem contrastantes, mas que permitem a uma organização operar de modo a conquistar sua sustentabilidade, uma vez que, no caso dos negócios sociais, as lógicas de mercado dão sustentação para que seja possível alcançar o benefício social. No entanto, dada essa dualidade e contraste aparente, essas organizações precisam reforçar seus esforços de sensegiving para suas narrativas com a finalidade de auxiliar na compreensão de seus públicos para o entendimento de suas estratégias.