O rigor conceitual é um elemento fundamental na atividade científica. O conceito é uma representação abstrata da realidade, permitindo, pelo seu rigor, a identificação de fenômenos iguais ou semelhantes, tanto quanto a distinção entre fenômenos similares ou diferentes. Este ensaio pretende, ao tomar por base o conceito já estabelecido de autogestão, especialmente em sua dimensão social, distingui-lo de experiências de gestão que contêm características autogestionárias, abrigando-as sob o conceito de organizações coletivistas de produção associada (OCPA). Em outras palavras, sob o capitalismo, os empreendimentos chamados de autogestionários não constituem uma autogestão, mas OCPA, as quais têm características autogestionárias e apresentam-se enquanto formas de resistência ou modelos alternativos aos do sistema de capital. A autogestão social ou as OCPA não são uma nova economia nem uma economia solidária. A autogestão tem uma dimensão social e somente pode existir uma autogestão nas unidades produtivas quando o sistema social for autogestionário. Essas organizações com características autogestionárias correspondem à forma de gestão coletivista de trabalho. Sob o capitalismo, algumas organizações podem ter características predominantemente autogestionárias. Estas são conceituadas aqui como OCPA, que, por estarem inseridas na lógica do capital, atuam como unidades no sistema de capital.
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Em direção ao rigor conceitual
O rigor conceitual é um elemento fundamental na atividade científica.
Condições de uma gestão democrática social do processo de trabalho: reconhecimento, redistribuição, representação e realização.
Sendo o trabalho elemento central para a constituição do sujeito, condição de existência do homem, independente de todas as formas de sociedade (MARX, 1977), à medida que a essência do trabalho torna-se fragilizada, igualmente fragilizada torna-se a essência humana. À medida que o trabalho assume predominantemente a forma de valor, ou seja, à medida que …