Este artigo tem por objetivo propor uma teoria crítica da sustentabilidade. Para tanto, procurar-se-á resgatar as concepções mais usuais e universais sobre o tema, aqui denominadas de Teoria Tradicional da Sustentabilidade, de forma a localizar sua evolução teórica e conceitual, inclusive em seu viés crítico. A estratégia a ser utilizada será a de apresentar a teoria tradicional para, posteriormente retomá-la através de destaques, de maneira a dar à mesma um significado que seja capaz de mostrar como estas escondem uma proposta que atende às necessidades do sociometabolismo do capital (MÈSZÁROS, 2002). Isto será feito a partir da definição dos elementos constitutivos de uma teoria crítica da sustentabilidade. A argumentação que sustenta a teoria crítica sobre a teoria tradicional da sustentabilidade tem por base a concepção de que a sustentabilidade deve ser compreendida não apenas como um processo coletivo da produção das condições materiais objetivas e subjetivas de existência social, mas igualmente como um processo que valoriza do mesmo modo seus produtores. 1. A Teoria Tradicional da Sustentabilidade O conceito de sustentabilidade tem origem em 1987, quando a então presidente da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, G. Harlem Brundtland apresentou para a Assembleia Geral da ONU o documento "Nosso Futuro Comum", que ficou conhecido como Relatório Brundtland (ONU, 2007). Nesse Relatório, o desenvolvimento sustentável foi conceituado como sendo aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem as suas próprias necessidades. Imediatamente, este conceito deu origem ao de Sustainability, que é uma ação em que a elaboração de um produto ou desenvolvimento de um processo não compromete a existência de suas fontes, garantindo a reprodução de seus meios. Como consequência, logo se propôs o conceito de desenvolvimento sustentável enquanto um processo de gerar riqueza e bem-estar, ao mesmo tempo em que promoveria a coesão social e impediria a destruição do meio